domingo, 2 de janeiro de 2011

Preço de Auto Escola cega a dobrar em São Paulo.

Editora Globo
O custo para tirar a carteira de habilitação em São Paulo apresenta variações que podem chegar a até 50% no preço cobrado por autoescolas de diferentes regiões da cidade. Enquanto um curso na Vila Mascote cobra R$ 700 pela carteira de categoria B (condução de veículos leves), outro centro de formação em Perdizes oferece o mesmo serviço por R$ 890, uma diferença de 27%. A distância entre valores chega a quase dobrar quando o interesse é tirar carteira para carro e moto, com preços variando de R$ 900 a R$ 1780.

Os valores são bem menores fora das zonas centrais da cidade. Um mesmo grupo de autoescolas chega a cobrar 26% a mais numa unidade no bairro do Sumaré em comparação com o preço do mesmo curso oferecido na Vila Mangalot, zona Oeste de São Paulo. Mas mesmo em bairros centrais, ter uma concorrente na mesma rua já é o suficiente para diferenciar o preço.

É o caso da autoescola Evolução, em Pinheiros. O proprietário Euclides Nogueira diz que por causa de uma concorrente vizinha de rua, mantém o preço baixo, em R$ 550. Segundo ele, a autoescola “da rua de cima” cobra R$ 750. “Procuro trabalhar com o preço da concorrente ou fazer a diferença na qualidade”, afirma.

Preço baixo x qualidade

Para o presidente do Sindautoescola (Sindicato das Auto Motos Escola e Centro de Formação de Condutores no Estado de São Paulo), José Guedes Pereira, a explicação para a variação de preços está na concorrência desleal feita por alguns cursos, que cobram preços baixos mas não oferecem um serviço de qualidade. “Em São Paulo os preços estão muito abaixo da média nacional e a concorrência é grande”.

Segundo Guedes, os preços dos cursos em São Paulo estão muito aquém do que realmente deveria ser cobrado. “Não sei qual é a mágica. Aumentou a carga horária de aulas práticas e teóricas, e as autoescolas mantiveram os mesmos preços. Algumas até baixaram para concorrer de forma predatória”. Para o presidente do Sindautoescola, o preço mínimo para se oferecer um curso de qualidade deveria ser de R$ 800. Ele afirma que os valores para a obtenção da CNH tendem a aumentar por causa do reajuste de taxas e alta dos insumos.

Confusão Geral

O ‘diferencial de qualidade’ acaba sendo mais um elemento complicador para o consumidor entender o preço cobrado pelos centros de formação de condutores. Algumas autoescolas incluem num mesmo pacote os exames médico e psicotécnico, as aulas teóricas e de legislação, as aulas práticas e serviços como transporte, apostila, etc. Outras cobram tudo separadamente ou com combinações variadas. E os preços para exames médico e psicotécnico e aulas teóricas (o ‘CFC’) também variam.

Para o consumidor, a maior reclamação é o alto preço. A estudante Bárbara Pacheco, de 23 anos, diz que precisa tirar a carteira de motorista urgentemente, mas que se impressiona com os valores cobrados atualmente. “O preço dobrou nos últimos cinco anos. Lembro que quando fiz 18 anos, em 2005, uma amiga pagou R$ 450 para tirar a carta. Acabei não tirando na época. Hoje, chega a custar R$ 1.000”, conta ela.

Euclides Nogueira, dono da autoescola Evolução, confirma que há tendência de alta nos preços das autoescolas. Ele culpa as taxas cobradas pelo governo e as novas exigências do Conselho Nacional de Trânsito – Contran, como aulas práticas à noite. “Com as aulas noturnas, o custo aumentou. Precisamos de mais estrutura, mais funcionários. E as taxas subiram nos últimos seis meses”, diz ele.

Segundo o Departamento de Trânsito de São Paulo – DETRAN, a Tabela C da Secretaria da Fazenda do Estado é que estipula as taxas cobradas pelos serviços de trânsito e para a licença das autoescolas. Instituída por lei estadual, a tabela é a mesma desde 1991. O valor das taxas é fixado em quantidade de Unidades Fiscais do Estado de São Paulo, devendo ser calculado a cada ano.

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